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Isenção do IR até R$ 5 mil deve impulsionar crédito

A nova faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais mensais deve reforçar a melhora estrutural do mercado de crédito

A nova faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais mensais deve reforçar a melhora estrutural do mercado de crédito. A medida aumenta a renda líquida de cerca de 13 milhões de contribuintes e pode acelerar a migração para produtos financeiros de menor custo e risco, como o crédito consignado com desconto em folha , modalidades que utilizam o salário ou o fundo de garantia como lastro e apresentam taxas muito inferiores às do crédito pessoal tradicional.

Segundo Gabriel Ramalho, especialista em crédito e correspondente bancário, esse tipo de alívio tributário tende a melhorar a capacidade de pagamento e estimular um uso mais racional do crédito. “Quando o trabalhador tem mais renda disponível, ele sai do rotativo do cartão e do empréstimo sem garantia, que têm juros muito altos, e passa a usar produtos mais seguros, com taxas até quatro vezes menores”, afirma.

Nos bancos e fintechs, a tendência é de aumento gradual da originação de crédito em linhas com garantias reais, consideradas mais estáveis em termos de inadimplência. Dados do Banco Central mostram que as concessões às pessoas físicas cresceram mais de 10% em 2025, com destaque para o consignado e para operações lastreadas em renda ou Crédito do Trabalhador.

Ramalho destaca que o efeito mais relevante será qualitativo. “Essas linhas dão previsibilidade tanto para quem empresta quanto para quem contrata. A renda disponível aumenta, a inadimplência cai e o sistema volta a operar em um ciclo saudável de confiança”, analisa.

A tendência é que o sistema financeiro responda com maior sofisticação de portfólio. Ao substituir operações caras e de alto risco por produtos com garantias reais, as instituições liberam capital regulatório e reduzem o custo médio de funding. “O crédito barato e o crédito caro não disputam o mesmo cliente. A isenção do IR ajuda o banco a reequilibrar esse mix, estimulando operações mais sustentáveis”, observa Ramalho.

O fenômeno também tem implicações comportamentais. Com renda e crédito formalizados, o consumidor tende a usar melhor as ferramentas digitais e a planejar o orçamento com mais disciplina. O resultado é um avanço silencioso da bancarização, que amplia o mercado endereçável para crédito, seguros e investimentos.

Com inflação sob controle e emprego em alta, a combinação de renda extra, crédito mais barato e maior formalização financeira cria as condições para um novo ciclo de crescimento no crédito ao consumidor. A isenção do IR, nesse contexto, deixa de ser apenas uma medida fiscal e se torna um catalisador de crédito mais eficiente e inclusivo.