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Retrospectivas e perspectivas
Nossa economia foi bem. Vamos fechar o ano com um índice histórico de crescimento.
Nossa economia foi bem. Vamos fechar o ano com um índice histórico de crescimento. Nosso futebol, porém, considerado o melhor do mundo, fracassou. O dia 2 de julho foi um dia trágico para os brasileiros. Perdemos a chance de conquistar o hexa na Copa do Mundo da África do Sul e sofremos também com a morte da jovem Elisa sendo o principal acusado o goleiro Bruno, do Flamengo.
Nossas atenções se voltaram então para o  jogo eleitoral que vinha mobilizando as lideranças políticas muito  antes. Terminamos a campanha com a sensação de que tem algo errado na  forma de escolhermos nossos representantes. Começa pelo número absurdo  de candidatos, contradições na formação das coligações, debates  superficiais. Em vez de se concentrarem na apresentação de propostas, os  candidatos se preocuparam mais em conquistar as graças do eleitor por  meio de promessas, a maior parte de viabilidade discutível.
Num país com um quadro educacional precário foi emblemática a situação  do deputado eleito Tiririca que teve a sua escolaridade posta em dúvida.  Hoje, pelo menos 10% da população brasileira ainda não sabem ler nem  escrever. O índice de analfabetos funcionais é bem mais alto. Investimos  cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. O ideal seria  pelo menos 8%. É o mínimo se quisermos assegurar melhores perspectivas  às novas gerações, mão-de-obra especializada às empresas,  competitividade econômica, tecnológica e científica.
Ficamos estarrecidos com as revelações dos podres na Assembleia  Legislativa do Paraná. Segundo a série de reportagens da Gazeta do Povo e  da RPCTV, funcionários fantasmas recebiam salários indevidos com  desvios calculados em R$ 100 milhões, esquema orquestrado por diretores  da Casa.  Ficaram evidentes as semelhanças com o escândalo dos atos  secretos do Senado, pondo sob suspeita outros órgãos públicos das três  esferas.
São históricas as cenas da polícia tomando morros dominados pelo tráfico  no Rio de Janeiro. O  problema porém é bem mais amplo e mais grave: não  se circunscreve aos morros da capital carioca, não se limita ao combate  a traficantes. A criminalidade precisa ser combatida de múltiplas  formas. Há fartos estudos mostrando a relação de causalidade entre  criminalidade e pobreza, condições de vida, evasão escolar, acesso a  drogas e armas, desestruturação familiar e muitos outros fatores.
Só nos resta torcer para que a presidente eleita Dilma Rousseff  apresente as melhores  soluções para o país, mantenha a estabilidade e o  crescimento da economia, fortaleça as instituições, cumpra as metas de  superávits primários, controle a inflação, mantenha o câmbio flutuante,  acumule reservas,  transfira renda para as famílias mais pobres por meio  de programas sociais, promova um salto em desenvolvimento humano.
O ano de 2010 deixa um saldo positivo à classe contábil.  Realizamos a  15ª Convenção dos Contabilistas do Paraná, de 19 a 21 de maio, em  Cascavel, um evento histórico pelos temas, a qualidade dos palestrantes,  o número de participantes. E obtivemos a aprovação, depois de anos de  reivindicação, elaboração e tramitação, de legislação que atualiza e  corrige pontos essenciais do Decreto-Lei nº 9.295, que rege a profissão.  A Lei nº 12.249/10 prevê grandes avanços como o amparo legal para a  realização de exame de suficiência.
Diante das datas especiais do Natal e do Ano Novo que se aproximam,  desejo a todos alegria, saúde, paz e esperança.
Contador, empresário da contabilidade e presidente do CRCPR; e-mail: [email protected]